Ternura - Vinícius de Moraes

quarta-feira, 2 de abril de 2008

 


Eu te peço perdão por te amar de repente,

Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos.

Das horas que passei à sombra dos teus gestos,

Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos.

Das noites que vivi acalentado,

Pela graça invisível dos teus passos eternamente fugindo.

Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.

E posso te dizer que o grande afeto que te deixo,

Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas,

Nem as misteriosas palavras dos véus da alma.

1 comentários:

Donagata disse...

Adoro Vinícius e este poema é lindo.
Beijos