Soneto da Fidelidade - Vinícius de Moraes

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

 

De tudo ao meu amor, serei atento.


Antes. E com tal zelo, e sempre, e tanto.


Que mesmo em face do maior encanto.


Dele se encante mais meu pensamento.




Quero vivê-lo em cada vão momento.


E em seu louvor hei de espalhar meu canto;


e rir meu riso e derramar meu pranto.


Ao seu pesar do seu contentamento.




E assim quando um dia me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive


Quem sabe a solidão, fim de quem ama.




Eu posso me dizer do amor (que tive)


Que não seja eterno, posto que é chama


Mas que seja infinito enquanto dure.

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