Aos Jovens - Raul Follereau

terça-feira, 11 de setembro de 2007

 

Amar ou desaparecer.

Mas, não é suficiente gritar «paz,paz» para que a Paz venha à Terra.

É preciso agir. Com a força do amor. Com as armas do amor.

Os pacifistas de «papo furado» são falsos combatentes...

Cristo repudiou a violência, aceitando a cruz.

Fujam daqueles que ofuscam a inteligência, como os negociantes de drogas: eles os conduzem por caminhos sem flores, que levam para o nada.

Desconfiem desses «técnicos idolatrados» dos quais já falava o apóstolo Paulo. Saibam distinguir o que serve do que não serve.

Renunciem às palavras que, embora mais sonoras, são vazias.

Vocês não salvarão o mundo com pontos de exclamação.

O que é necessário é que se livrem de certos «progressos» e de seus males,

do dinheiro e de sua maldição.

Livrem-se daqueles para os quais tudo se resume, se explica e se mede com cheques bancários. Mesmo inteligentes, eles são os mais estúpidos de todos os homens.

O dinheiro não faz a grandeza de ninguém.

Vocês deverão dominar o dinheiro, que serve para tudo que é humano mas que tudo corrompe.

Corruptor que se torna servidor.

Que a riqueza de vocês seja fazer os outros felizes.

Sejam vocês mesmos. E não um outro, não importa quem.

Fujam do comodismo do anonimato.

Cada ser tem um único destino. Cumpram o seu de olhos abertos, exigentes e francos. Coisa alguma jamais atinge a grandeza de um homem. Se falta alguma coisa em sua vida, é porque vocês não olharam mais alto.

Todos idênticos? Não.

Mas todos iguais e todos juntos.

Então vocês serão homens. Homens livres.

Mas, atenção!

A liberdade não é uma empregada «topa tudo» de quem se pode aproveitar impunemente.

Nem uma vistosa bandeira atrás da qual se escondem mesquinhas ambições.

A liberdade é o patrimônio comum de toda a humanidade. Quem não é capaz de celebrá-la com os outros é indigno de possuí-la. Não façam do seu coração um esconderijo; ele torna-se-ia um lixo.

Trabalhem. Uma das grandes tragédias do nosso tempo é que se considera o trabalho uma maldição.

Quando, na realidade, ele é redenção.

Mereçam a felicidade de amar seu dever.

Enfim, creiam na bondade, na humildade e sublime bondade.

No coração de cada homem existe um tesouro de amor.

Cabe a vocês descobrí-lo.

A única verdade é amar.

Amar a uns, a outros, amar a todos. Não por tempo determinado mas por toda a vida.

Amar os pobres, amar os ricos (que, tantas vezes, são também pobres), amar o desconhecido, amar o próximo que está no fim do mundo, amar o estrangeiro que está perto de vocês. Amar!

Vocês não pacificarão o mundo senão enriquecendo seu coração.

Testemunhas muitas vezes acorrentadas da corrupção deste século (que foi, por instantes, tão belo), apavorados por esta corrida gigantesca rumo à morte - sob impulso dos que usurpam nossos destinos -, asfixiados por um progresso repentino, devorador, mas desigual, o coração esmagado por este grito: "Eu tenho fome", que se eleva sem cessar de traços de dois terços do mundo.

Só fica este supremo e sublime recurso:

SER VERDADEIRAMENTE IRMÃOS.

Então...amanhã?

Amanhã, são vocês.

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