" O Rei foi passear, numa bela manhã de Maio.
O Rei deitou-se a descansar e dizem que dormiu.
Quando despertou era de noite (a hora mágica).
E a Campânula Azul, a bravia Campânula Azul, andava bailando pelo bosque.
O Rei deu um banquete a todas as flores (excepto uma).
Com olhares ansiosos, ele as espiava, buscando uma única.
A Rosa estava ali, vestida de cetim.
O lírio, com seu capuz verde.
A Campânula Azul, porém, a bravia Campânula Azul, só baila pelos bosques.
o Rei franziu o rosto, irado, com a mão no cabo da espada. Mandou seus homens capturá-la e trazê-la a seu senhor.
Com cordas de seda a amarraram. Perante o Rei se apresentou a Campânula Azul, a bravia Campânula Azul, que baila pelos bosques.
O Rei ergueu-se para saudá-la, à donzela com quem jurara casar.
O Rei tomou sua coroa de ouro e colocou-a na cabeça da flor.
E o Rei empalideceu e tremeu.
Os cortesãos olhavam, atemorizados para a Campânula Azul, cor de cinza, que parecia um fantasma.
- Ó Rei, vossa coroa é pesada, fará curvar minha cabeça. As paredes de vosso palácio seriam uma prisão para mim, que sou livre como o ar. O vento é meu amante. O Sol também é meu amante.
E a Campânula Azul, a bravia Campânula Azul, jamais será vossa Rainha!
O Rei por doze meses proclamou luto e nada abrandava sua dor.
O Rei caminhava pelo atalho dos namorados.
Jogou fora a coroa de ouro.
E correu para o bosque, onde a Campânula Azul, a bravia Campânula Azul, para sempre baila, bravia e livre."
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